Tuesday, March 24, 2009

Normalidade

Acho que cada pessoa tem um lado optimista e um pessimista, e a normalidade vive no meio dos dois. Eu gosto de pensar que não sou uma pessoa normal e, mesmo aceitando e consumindo as pílulas de normalidade que a sociedade me impingiu nos últimos anos, não me sinto normal. 
A normalidade acaba por diluir a nossa personalidade dentro da personalidade comum que a sociedade prega todos os dias. E é dela que eu tenho, a pouco e pouco, vindo a escapar. 

Não nego que possa ter os objectivos comuns à grande maioria das pessoas com quem convivo no meu dia-a-dia, tais como ter uma família, um emprego que me permita pagar as contas e garantir que não falta nada aos meus filhos. Mas não implica que tenha que viver a minha vida toda condicionado por estas premissas. Para mim, não se pode chamar a isto viver. Acho que nem consigo encontrar um nome para esta acção condicionada.

Nos últimos anos, conformei-me cedo demais que ser guiado em vez de conduzir era uma vida aceitável. E não é. Não consigo conceber a ideia duma pessoa levar uma vida da qual não tira prazer, se a tal não fôr obrigada. Mas a verdade é que eu posso falar, porque eu vivi uns tempos assim, e sei o quão sedutora e confortável esse tipo de vida pode ser. "Um gajo não se chateia muito numa vida assim" ou  "Tem a vidinha que pediu a Deus". Eu não pedi nada a ninguem, e tive muitas chatices durante esses tempos, porque simplesmente não aceitei, à partida, o facto que não era feliz, que aquele tipo de vida não se enquadra com o meu, e não sei se alguma vez se enquadrará. 

Como comecei por dizer logo no início, eu gosto de pensar que não sou uma pessoa normal, porque isso faz de mim uma pessoa mais feliz e, por consequência, uma pessoa melhor.

Tuesday, April 20, 2004

Santos

Há quatro anos atrás, numa viagem a Roma, às jornadas mundiais da juventude, eu fui um dos 700 portugueses que tiveram o previlegio de ouvir o papa joão paulo II fazer o seguinte apelo aos jovens: " Não tenham medo de ser Santos". Será que é uma realidade impossivel nos dias que correm? Será que já não existem, ou estão em vias de extinção? Que diferenças existem entre a nossa era, e a era de S. Francisco Xavier ou de Sto. Inácio de Loyola? Serão assim tantas?
As pessoas hoje em dia, levam a religião cristã muito menos a serio do que em qualquer dos séculos que antecederam, logo é muito mais dificil serem tocadas por Deus. Mas a nivel de pobreza e de pessoas que necessitem de alguma coisa para se agarrarem á vida, não vejo pior época do que a nossa. O capitalismo é a nova ideologia, com o dinheiro como deus. E as pessoas começaram a levar este novo deus muito a sério. E por ele mata-se, e por ele morre-se. E quem o tem, controla tudo. Mas nem todos são/foram assim. Os Santos foram pessoas que perceberam que o dinheiro não era tudo. Abdicaram de tudo o que possuiam, e o que receberam em troca foi muito mais do que alguma vez poderiam largar. Sto. Inácio dizia "De que vale ganhares o mundo se perdes a tua alma?". É esta a pergunta que eu deixo em aberto a quem quiser ler. E mais, será que tinhas coragem de ser "Santo"?

Thursday, April 15, 2004

Batatas fritas

Sim, a vida é difícil. Sim, as vezes parece estar contra nos. Mas a vida nao e escuridao, e por tras dos veus das dificuldades esconde-se um mundo novo, visto pelos olhos de quem aoprendeu a ultrapassa-los. Tb tive muitas dificuldades na minha vida e chorei por muitas, mas com o tempo ou foram passando ou fui ultrapassando-as. O que vos vou contar e um deles. e a historia de um anjo, de alguem desconhecido que entra na tua vida, te faz chorar e parte logo de seguida. Meros segundos revêm a vida toda, fazem cair lagrimas, e pensar que tudo começa com um pacote de batatas fritas... O dia começou mal. O corpo mal me deixa andar, e o embaraço toma conta de mim depois de confrontado com um papel que devia ter deixado de existir ha um ano. Saio de casa atrasado para um encontro e sou obrigado a correr para apanhar o comboio. Sem almoço e com um pacote de batatas fritas quase acabado na mao, entro no comboio. Tenho que ir la para a frente; penso eu enquanto o comboio parte para o rossio, onde tenho q sair. Ao passar por um lugar vazio, ainda sem ter mudado de carruagem, dou por mim a dirigir-me a ele, sem me preocupar com o facto de anteriormente estar a planear ir para a carruagem da frente. Antes de me sentar, uma senhora aborda-me, pedindo-me um pouco de batatas fritas. Vendo o pacote quase no fim, ofereço-lho, o qual ela recusa, retirando apenas algumas. Sento-me no banco, e continuo a comer as batatas, mas dou por mim sem vontade de as comer. Olhando para o vazio através do pacote inacabado, uma tristeza invade-me, sem razao aparente, e vai crescendo no meu coração. Sentado de costas para a senhora, alguem me toca no ombro, e uma mao fechada passa por cima deste, em direcção a minha, depositando algo nela. Qual não e o meu espanto quando abro a mao e vejo um cristo crucificado. Lágrimas veem-me aos olhos assim q olho para ele. Traficantes, diz ela. Falando no vazio, vem-me ao pensamento que esta senhora podera nao estar no seu perfeito juizo e enquanto escrevo e o anjo fala, tenho medo. O cristo ate agora ainda nao saiu da minha mao esquerda, onde foi posto, e a medida q nos aproximamos do rossio, a senhora volta a tocar-me no ombro para se despedir de mim. Sai do comboio pensativo e chegando ao fim da linha passo pela senhora, agora parada em frente ao cafezinho ao pe das escadas, e sorrio uma ultima vez, dizendo adeus a medida que ela me retribui o sorriso e faz um sinal para me animar.

Um anjo visitou o circo de Deus.

Monday, March 15, 2004

Porque é que descubrimos na maioria das pessoas de hoje em dia a estupidez como a doença incuravel de que sofrem, e não fazem nada para isso mudar?? Será que a estupidez já é um atributo natural do homem moderno??
BM

Thursday, March 11, 2004

Quem sou eu neste circo de deus?? Bela pergunta que ficou no ar. A resposta mais honesta que eu posso dar é:"Não sei".
E duvido que exista alguem que o saiba, pois passamos a vida a redescobrirmo-nos tanto devido a momentos-chave, que acabam por ser marcantes num dado momento da nossa vida, como pelo que nos deixamos influenciar pelas pessoas com que convivemos.
Acredito que, sobre a maioria dos aspectos da nossa vida, tenhamos ja algum conhecimento do que somos, mas nunca é uma certeza, pois a natureza humana existe em constante evolução, provando que um acontecimento identico em dois momentos diferentes da nossa vida tenham desfechos diferentes.
para finalizar, temos a nossa existencia nos outros, ou seja, uma parte do nosso ser, que por um qualquer nº de razões, não é de tão facil apreensão por nossa parte , mostrando que uma boa relação de amizade pode dar-nos mais a conhecer sobre nós, do que anos de experiência.
Aqui fica uma frase para pensar um pouco:"Podemos não ser ninguem no mundo, mas ser o mundo de alguem". O desafio da nossa existencia na dos outros, para quem quiser ousar.
Cristina, meu mundo, boa noite.
BM

Thursday, March 04, 2004

Introspecção, s. f. Exame dos próprios pensamentos.
Retrospecção, s.f. Observação de tempos ou coisas passadas.

E para que servem estas qualidades? Matematicamente, eu diria que introspecção + retrospecção = Auto-análise, ou auto-avaliação. Tanto através das nossas acções, como através das motivaçoes, q nos movem a executar determinadas tarefas. E para que serve? Bem, eu pessoalmente uso-as para avaliar o q esta certo/errado, aliado a uma etica pessoal mais ou menos bem definida, e onde eu encontro erros, tento resolve-los.

A partir de agora as coisas dividem-se. Existem os erros q envolvem outras pessoas, e erros q sao apenas nossos. Os erros pelos quais somos responsaveis e envolvem outras pessoas sao um caso um pco bicudo, principalmente se esses erros so podem ser resolvidos com a ajuda dessa mesma pessoa. Por exemplo, imaginem q a palavra 'ola' era uma coisa muito feia de se dizer. entao dizes ola a uma pessoa, inadvertidamente, e essa pessoa leva a mal, e fica mto magoada ctg. Tu ficas com remorsos, e tentas falar c essa pessoa, para pedir desculpas, e dizer q realmente n o devias ter dito, so q essa pessoa simplesmente nao fala ctg. Recusa-se a aceitar as tuas desculpas. Foi imperdoavel... Coisa terrivel, dizer ola... Entao ficas agarrado a tua culpa e ao teu remorso, sem nenhuma opção alem da de engolir o sapo e continuar a viver. (A vida nao facilita)
Segunda hipotese, os erros sao individuais e nao envolvem ninguem. Ora bem, aqui e mais facil! Nao envolve ninguem, o problema so nos diz respeito a nós, só e preciso e mudar a nossa atitude!! Entao ai a introspecçao e retrospecçao sao rainhas. E normalmente, aliado a uma percepção razoavelmente boa, ajuda imenso. E entao nos identificamos os problemas e tentamos resolve-los.

Ora bem, e se os erros estao associados a falhas de caracter? Entao ai os erros sao consequentes, e sao um pco mais dificeis de resolver. Ja nao se trata de resolver problemas, mas de mudar a personalidade. E nos mentalizamo-nos e criamos um padrao de pensamento na direcção q nos permite mudar o nosso ser. E td mto bonito qdo a coisa parece funcionar durante um dia ou dois, so q o verdadeiro problema.... O mal de todos os males... e qdo nos dias seguintes, damos por nos a fazer ainda pior do q dantes. Para onde e q foi essa mentalização toda, essa vontade toda de mudar, esse fogo transformador? Que vida e esta q transforma as nossas armas, e usa-as contra nos? (A vida nao facilita)

Que vida e esta q nos da os nossos problemas, e qdo usamos as nossas armas para os resolver, as vira contra nos? Parece q quanto mais nos esforçamos para entrar no bom caminho, mais a vida nos atira para o caminho errado.

Quem sou eu, neste Circo de Deus?

Sunday, February 22, 2004

Já há muito que não tinha tempo para vir aqui. Sei que ainda é um projecto novo e que ainda ninguém o deve conhecer. Pois aqui vão boas noticias, o circo esta quase a sair em tour pelo pais. Quando arrancar, mais ninguem o pára, e ninguém escapa de ter os seus quinze minutos de fama, seja por boas ou más razões. Peço aos outros colaboradores(pen e joao) que venham mais vezes. Cris, desculpa, só deu para sair hoje.